Proteção

Procura de meninos à vacina contra o HPV ainda é baixa

Equipes das Unidades Básicas de Saúde de Pelotas estão sendo informadas sobre mudanças na faixa etária a ser imunizada

Anunciada na semana passada pelo Ministério da Saúde, a ampliação da cobertura de vacina contra o HPV entre os meninos ainda não causou aumento de procura pela imunização em Pelotas. Um dos motivos, conforme a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é de que a medida ainda é recente e nem toda população teve acesso à informação.

Até mesmo entre as equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS) o assunto é novo, já que não foram notificadas oficialmente. Na tarde de terça-feira (27), técnicos da Vigilância redigiram o memorando com as novas orientações a serem repassadas às equipes nos bairros, o que deve ocorrer nesta quarta.

Desde janeiro meninos entre 12 e 13 anos já vinham recebendo doses da vacina em todo o país. Agora, a faixa etária foi flexibilizada, com foco de imunização entre os 11 e os 15 anos incompletos (14 anos, 11 meses e 29 dias). A medida faz parte dos planos do Sistema Único de Saúde (SUS) de até 2020 oferecer a vacina contra o vírus aos meninos a partir de nove anos, a exemplo do que já ocorre com as meninas.

De acordo com a SMS, todas as 50 unidades de saúde do município possuem doses da vacina e já estão sendo informadas por telefone desde segunda-feira das alterações determinadas pelo governo federal. No entanto, como não se trata de uma campanha intensiva de vacinação e a imunização é feita durante todo o ano, mesmo com a inclusão dos meninos desde janeiro e a recente ampliação da faixa etária, a procura continua pequena. “Ainda não fizemos um balanço de quantas vacinas foram feitas. Porém, a procura não se intensificou, continua pequena”, explica a enfermeira Ana Alice Maciel, da Vigilância Epidemiológica.

Para ampliar a cobertura e chegar à meta de 80% dos meninos e meninas imunizados, equipes das UBS estão em contato com os educandários para tentar estabelecer a melhor forma de atingir os estudantes. “Em alguns casos vamos até os alunos para aplicar as doses e em outros eles preferem ir até os postos receber a vacina”, explica Ana Alice. Para o caso de vacinação dentro do ambiente escolar, pais ou responsáveis precisam assinar um termo de consentimento, autorizando as equipes de saúde a aplicar as doses.

Sobre a quantidade do produto disponível, a Vigilância Epidemiológica não informou quantos ainda estão armazenados nos postos. No entanto, afirma que não há risco de que o público-alvo fique sem vacina, já que o estoque é monitorado e reposto frequentemente, antes que se esgote.

Pelotas tem, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 25,8 mil jovens com idade para receber a vacina. Em todo o país, 7,1 milhões de adolescentes do sexo masculino e 4,3 milhões de meninas podem ser vacinados.

Também têm direito à imunização homens e mulheres transplantados, pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, além de crianças e jovens entre nove e 26 anos vivendo com HIV/Aids.

Como funciona a vacinação
Meninos e meninas que estejam dentro da idade-alvo devem tomar duas doses da vacina, com intervalo de seis meses entre elas. Já para as pessoas com idade entre nove e 26 anos que vivam com HIV o esquema vacinal é de três doses, com intervalos de dois meses para a segunda aplicação e após seis meses desta, a terceira. É preciso apresentar prescrição médica.

A vacina disponibilizada pelo SUS é a quadrivalente, protegendo contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18). Com 98% de eficácia para quem segue o calendário de aplicações corretamente, já é ofertada desde 2014 para as meninas.

De que ela protege
Meninos - O foco é evitar os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças diretamente relacionadas ao HPV. Os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe (parte logo atrás da boca, que inclui língua, palato mole, amígdalas e garganta) são atribuíveis à infecção pelo HPV.

Meninas - Visa proteger contra o câncer de colo do útero, de vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.

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